ENERGIA

PLANEJAMENTO E RESPOSTA: CONCESSIONÁRIAS DE ENERGIA DETALHAM GESTÃO DE EVENTOS CLIMÁTICOS

Por: Ascom | Publicado: 09/12/2024 às 20h32 | Atualizado: 10/12/2024 às 11h51
PLANEJAMENTO E RESPOSTA: CONCESSIONÁRIAS DE ENERGIA DETALHAM GESTÃO DE EVENTOS CLIMÁTICOS Representantes da RGE e da CEEE Equatorial foram convocados em audiência pública

 A comissão especial criada pela Assembleia Legislativa para analisar a atuação das empresas concessionárias de energia elétrica no Rio Grande do Sul realizou nesta segunda-feira, na sede da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), a última audiência pública sobre o tema. Presidido pelo deputado estadual Edvilson Brum, o encontro contou com a participação de representantes das companhias RGE e CEEE Equatorial, que detalharam a atuação das empresas durante eventos climáticos extremos.

Além deles, representantes do Ministério Público do RS (MPRS), da Defensoria Pública do Estado (DPE) e da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do RS (Agergs) também discorreram sobre a atuação dos órgãos para parlamentares, prefeitos, gestores municipais e líderes de entidades. A comissão especial foi criada após o temporal de janeiro deste ano e já realizou audiências em diversas regiões afetadas pelo evento climático e pela catástrofe vivida no RS entre abril e maio de 2024.

O primeiro a falar foi o diretor-executivo da RGE, Ricardo Dalan de Vargas, que citou o atual cenário da companhia nos 381 municípios do RS, com cerca de 3,1 milhões de clientes. Segundo ele, a empresa tem atuado para criar uma rede de energia mais robusta, principalmente por conta dos eventos climáticos registrados no Estado se tornarem mais frequentes e intensos. A expectativa da RGE é investir cerca de R$ 10 bilhões até 2028.

Além disso, Vargas reforçou que, para evitar transtornos maiores em novos temporais, a empresa tem realizado a troca de postes de madeira por estruturas de concreto capazes de suportar ventos de até 120 km/h. “Estamos substituindo, em média, 300 postes por dia. Mensalmente, esse número chega a 10 mil postes. Em 2025, devemos chegar a menos de 10% da nossa rede com postes de madeira”, contou o diretor-executivo.

Vargas também citou as ações que são implementadas antes dos eventos climáticos, com a manutenção de equipes preparadas nas 124 bases operacionais da empresa. Ele reforçou que o tempo de restabelecimento de energia da companhia, que em média é de 97% em menos de 24 horas, caiu para 84% dentro do mesmo período em janeiro de 2024.

“Essa média caiu pois o tipo de danos que tivemos foi o de destruição de rede, mesmo com uma estrutura mais robusta. Isso acontece quando uma árvore cai nessa rede, causando danos maiores com mais tempo para restabelecer. Então o grande desafio do setor junto com a comunidade é entender que é preciso ter uma faixa de rede limpa”, completou.

“A CEEE ESTATAL ESTAVA NO FUNDO DO POÇO”, AFIRMA PRESIDENTE
Em seguida, o presidente da CEEE Equatorial, Riberto José Barbanera, também detalhou a atuação da empresa, afirmando que o grupo encontrou uma situação de “carência de investimentos” quando assumiu a empresa, que antes era estatal. "Em 41 anos de trabalho no segmento, eu nunca havia me deparado com um desafio tão grande quanto aqui no RS. A CEEE enquanto estatal havia chegado ao fundo do poço em termos de preservação de seus ativos”, declarou.

Segundo ele, os investimentos realizados são uma “corrida contra o tempo” para regularizar o cenário da rede elétrica da companhia, que atualmente conta com 70% dos postes utilizados sendo de madeira. “E muitos deles estão podres. Isso é o que foi feito e estava degradando. Em determinadas regiões, haviam cabos utilizadas para cercas na rede elétrica. Por mais dinheiro que se coloque, a gente não troca todos esses postes em um ano. Os problemas não vão se resolver da noite para o dia”, completou.

Barbanera ressaltou que este cenário se torna agravado com o registro cada vez mais frequente de eventos climáticos. Em relação à resposta dada em temporais, ele apontou que a CEEE Equatorial tem ampliado o número de equipes para que os profissionais estejam próximos dos consumidores. O presidente anunciou ainda que o grupo aprovou investimentos de R$ 1,2 bilhão para a concessionária em 2025.

Além disso, ele citou a necessidade deu um trabalho conjunto dos agentes envolvidos para solucionar as podas de árvores. “Não há solução por apenas um agente. É preciso que todos tomam atitudes juntos. Os municípios precisam de planos de arborização. O que a gente não pode é persistir errando ao plantar árvores de grande porte ao lado da rede elétrica”, falou.

PRESIDENTE DA FAMURS COBRA CRIAÇÃO DE PLANO PARA REDUZIR DANOS A CONSUMIDORES
O prefeito de Barra do Rio Azul e presidente da Famurs, Marcelo Arruda, ressaltou que as empresas precisam construir planos para restabelecer e dar segurança ao fornecimento de energia. “As pessoas ficam dias sem energia, não podendo armazenar alimentos na geladeira. A gente sabe dos desafios que existem, mas vocês são grandes empresas e assumiram esse compromisso. Acontece que, agora, cada vento ou chuva deixa as pessoas sem luz. Precisamos avançar na questão das podas e da urbanização de forma consciente e responsável. Que essa comissão possa chegar ao fim e que as concessionárias possam criar, junto com municípios e a população, um plano para que todas as pessoas possam produzir, trabalhar e viver”, completou.

Após, gestores de municípios e representantes de sindicatos relataram dificuldades vividas com o fornecimento de energia elétrica, além da falta de qualificação de trabalhadores. “É muito importante a presença dos representantes das companhias para ouvir tudo aquilo que nós ouvimos ao longo destas nove audiências que nós realizamos”, finalizou o deputado Edvilson Brum. No dia 19 de dezembro, será realizada uma reunião para aprovação do relatório da comissão especial.

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Foto:Divulgação Cristal Web Rádio 
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