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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RS É PIONEIRA NA PRODUÇÃO DE VERJUICE NO BRASIL

Por: Agência de Notícias | Publicado: 02/03/2024 às 15h08
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RS É PIONEIRA NA PRODUÇÃO DE VERJUICE NO BRASIL Descrito como um suco de uva não fermentado, o verjuice possibilita melhor aproveitamento dos frutos

Pesquisas desenvolvidas no Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (PPGCTA) da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) resultaram na produção pioneira de verjuice em escala experimental no Brasil. Até então, não há registros de pesquisas em outras universidades brasileiras e tampouco produção comercial desta bebida no país.

O verjuice é descrito como um suco de uva não fermentado e elaborado a partir de cachos da fruta ainda verde, que geralmente são descartados. O produto é derivado de três pesquisas desenvolvidas por mestrandas de Ciência e Tecnologia de Alimentos em conjunto com seus orientadores e em parceria com uma pesquisadora da Massey University, da Nova Zelândia.

As pesquisas que resultaram na produção do verjuice estão sendo desenvolvidas pelas mestrandas Letícia Soares, Rúbia Lassen e Sônia Teresinha Pinto, sob a orientação do coordenador do PPGCTA, Voltaire Sant’Anna, e das professoras Fernanda Leães e Marta Nunes. O experimento possui a colaboração da professora Fernanda Weber, da Uergs em Três Passos. Por meio da internacionalização do PPGCTA, também conta com a participação de Amanda Dupas de Matos, pesquisadora sênior em Ciência Sensorial e do Consumidor da Massey University, que estuda as possibilidades de uso do verjuice desde 2015.

Voltaire explicou que o verjuice é produzido a partir de uvas desbastadas como uma alternativa de aproveitamento desses frutos que, normalmente, são abandonados no campo. “O verjuice é, portanto, uma alternativa de aproveitamento de resíduos da cadeia produtiva de viticultura”, comentou o docente.

“Em conversa com produtores de suco e de vinho e com muitos enólogos do Vale dos Vinhedos, ninguém tinha ouvido falar de verjuice ou suco de uvas não-maduras. Por isso, possivelmente, o que produzimos foi o primeiro verjuice do Brasil”, disse Voltaire.

Em sua pesquisa, Letícia investiga diferentes formas de extração para a produção de verjuice e qual o impacto desses métodos na qualidade dos produtos finais. Rúbia e Sônia estudam a aplicação do verjuice em alimentos processados e culinários.

“Sendo a acidez a sua principal característica sensorial, o verjuice tem sido utilizado como uma alternativa ao suco de limão e vinagre em diversas aplicações alimentícias. Por exemplo, em aperitivos, molhos para saladas, marinadas, produção de conservas e produção de vinhos de baixo teor alcoólico”, afirma Dupas de Matos.

Internacionalização
Os projetos de pesquisa em torno da extração e do uso do verjuice são um dos resultados da internacionalização do PPGCTA. A parceria com Dupas de Matos teve início em 2023, quando Voltaire participou da 15ª edição do Simpósio de Ciência Sensorial e do Consumidor, realizado em Nantes, na França. De acordo com Voltaire, a experiência da pesquisadora é crucial para o desenvolvimento do projeto do verjuice.

Foto: Voltaire Sant’Anna/Uergs  |  Divulgação Cristal Web Rádio 
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